quinta-feira, 31 de julho de 2008

Sobre super-heróis: Salve Verissimo e o Batman!


Andei falando dos Super-Homens da night mas quem anda em evidência, ao menos nas telas do cinema, é o Batman. Minha amiga Ana Maria me convidou para ver o filme, e eu confesso que me interessa muito mais o homem-morcego do que o homem-pássaro. Como a lei da atração bem nos diz, quando uma porta se abre para um assunto, uma energia ou um pensamento, outras janelinhas e portas vão se abrindo na mesma direção. Dizem, este é “o segredo”. Pois li hoje uma crônica do nosso “super” Verissimo que vai ao encontro dessas idéias, justamente valorizando as qualidades do Batman. Diz assim: "Sua obsessão pelo Bem é uma escolha moral, desassociada de qualquer imperativo externo. Ele não é um herói para melhorar a reputação dos morcegos nem porque veio de outro planeta predestinado a ser bom (...) O que a sua legenda nos diz , e talvez por isso dure tanto, é que o ser humano é cheio de imperfeições e maus impulsos, limitado pela biologia e condicionado por mitos e tradições, mas é livre para escolher o que quer ser (...)". Salve Veríssimo! Com poucas palavras, consegue dizer o que importa, e deseja longa vida ao Batman, "um super-herói do iluminismo", que "decide ser justo". Pois eu desejo ser a mulher-morcego. Quero um homem que decida ser bom, decida ser justo, decida ser belo... Chega de super-homens-príncipes que decidem ser sapos, grosseiros, egoístas, mal educados... Eu quero um homem-morcego que decida ser pássaro! Eu decido ser feliz. E vida longa ao amor, já que hoje (me disseram) é o Dia Mundial do Orgasmo!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pedalando sem sair do lugar?


Na falta de fé, esperança, solidariedade, sensibilidade, bondade... a idéia que mais parece em voga hoje em dia é: tenha um corpo sarado. A cada esquina do Rio de Janeiro encontramos um Mc Donald’s e uma academia. Em vez de "caras pintadas" em protesto, proliferam-se os rostos plastificados e "botoxizados". Uma legião cada vez maior de pessoas cultiva o hábito de malhar. Malhar não mais os políticos corruptos (duas palavras que se tornaram redundantes); ou o estilo de vida cada vez mais selvagem dos cariocas. Em vez disso, malhamos nossos corpos, nossos glúteos e abdomens. A redução da massa cinzenta parece ter como conseqüência direta a elevação da massa muscular. Talvez o exercício que melhor simbolize essa “sanha” de achar que estamos indo a algum lugar (quando na verdade estamos praticamente estagnados) são as aulas de spinning! Suar, pedalar, suar, pedalar, sentir o coração quase voando pela boca ... Suar, pedalar, e beber um pouquinho de água. Olhar em volta e ver que todos sofrem coletivamente. E que a paisagem é artificial, pouco iluminada. Isso é uma aula de spinning. Durante a aula, penso diversas vezes “estou quase morrendo”... Chego em casa moída, no limite do desmaio, morta de fome. Será que faz bem? No dia seguinte, acordo com meu corpo parecendo que foi atravessado por um trator. O que eu vejo de positivo nesta aula é que ela me impede de manter qualquer pensamento por mais de três segundos. E as músicas, se o professor estiver inspirado, podem ser bastante estimulantes. Outro dia ouvi uma do Michael Jackson que não curtia a tempos: (Annie are you ok?)/ (Will you tell us that you're ok?)/ (There's a sign in the window) / (That he struck you - a crescendo Annie!). Esses sussurros para Annie, perguntando se ela “estava ok”, esse “crescendo”... isso tudo me intrigava um bocado durante a adolescência. Quase tanto quanto o trecho “A mulatto... A mosquito...” de “Smells Like Teen Spirit”... Essas palavras em inglês me pareciam um pouco deslocadas do restante da música... sei lá.... Bom... Este é o tipo de pensamento favorecido pelas aulas de spinning...


O Show da Vida




Na maioria dos casos, acredito que os términos (de namoro, "rolo", casamento...) sempre deixam ao menos uma das partes envolvidas com a sensação de estar protagonizando um filme surrealista. É como se, de repente, o diretor do "filme" (que vinha sendo rodado há algum tempo, com as falas, os personagens e a história já mais ou menos delineada) decidisse, por conta própria, modificar o roteiro. E, em vez de promover o desenlace do conflito, rumo ao "final feliz", optasse por modificar abruptamente o estilo da história narrada. A partir de então, uma das partes sai de cena. A outra permanece vivendo dentro do filme, como um protagonista desorientado. Para aquele que fica na história, a sensação é de grande estranhamento. Não sabe para onde ir, o que fazer, qual fala proferir... Fica olhando para o alto, na direção do céu (à exemplo do que acontece em "O Show de Truman") aguardando as novas diretrizes do "diretor(a)". Como se indagasse: "Então é isso mesmo?". "E agora, José?". Silêncio. Ninguém responde. A sensação é a mesma experimentada quando se vê um quadro de Salvador Dali. Relógios derretendo, pessoas de ponta cabeça. Você chega a desconfiar, olhando para o alto, que o lugar do "diretor" foi ocupado por aquele(a) antigo(a) camarada com quem você dividia as melhores encenações... Esse processo pode demorar mais ou menos tempo, dependendo da disponibilidade interna para o sofrimento da atriz/ator em questão, da sensibilidade de cada um, do temperamento, das conjunções sociais e astrais, entre tantos outros fatores (inclusive, demográficos). O processo dura até que se decida fazer como o personagem Truman, saindo furiosamente deste cenário no qual os papéis foram mudados, as pessoas, objetos e lugares embaralhados. Passada a tempestade, eu estou rasgando completamente o cenário que, por tempos, inventei para mim. E não é que a luz do sol parece agradável?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Super-homens da Night Zona Sul II: o desafio


Se você é insistente, e não tem nada melhor para fazer naquele momento, você pode se lançar no desafio de encarar um desses personagens típicos da night. É divertido. Você olha, repara que ele está notando. Olha mais um pouquinho, mexe no cabelo, olha para baixo, dança com aquela vontade. E vê o ego dele se insuflando. Você continua por mais um tempo. Ele decide caminhar. Passa perto de você. Passa longe de você. Pára. Dança alguns segundos. Olha para o planeta de origem, sempre além, lá no infinito. Você olha mais um pouquinho e faz um ar blasé (pensando no quanto seria muito mais interessante um carinha sensível, inteligente, bom de papo...). Até que ele te dá uma olhadinha e um sorrisinho. E continua a andar até sumir na multidão. Não precisa nem dizer que a preferência sexual deles não é homem, nem mulher, nem travesti, emo, ou o que seja... é mesmo um excelente espelho de academia.


Super-homens da Night Zona Sul


Existem uns seres de outro planeta, uns caras muito, mas muito gatos, que passeiam nas nights olhando para uma linha do horizonte imaginária, sempre um pouco mais além de onde estão os mortais. Eles traçam essa linha com aquele olhar de raio x de Super-Homem e vão andando, andando no meio da gente, seguindo a tal da linha. Caminham lentamente. Com passos de felino. De repente, eles param. Param tudo. E ficam parados, no meio da muvuca. Olhando para outro ponto. É interessante acompanhar o olhar desses homens. Se você tem alguma esperança que ele pouse sobre você, esqueça. Em 95% dos casos eles olham, no máximo, para o teto. Quando baixam os olhos, é para ver se o sapato foi maculado pela pisada de alguém. O olhar de raio x ultrapassa as pessoas: homens e mulheres. O raio é indiferente à sexualidade de quem encontra pela frente. Quando você imagina que já sabe tudo sobre esses homens... Eles dançam! Na verdade, balançam o corpo por não mais que alguns segundos. E reiniciam o processo: andam, andam com uma calma absurda para quem se acotovela no meio de dezenas de pessoas, copos, cigarros, olhares. Param. Olham para o teto. Olham na linha do horizonte. Olham para o tênis. Fazem cara de que estão refletindo. Permanecem parados. Traçam de novo o raio e somem na multidão...


Back to the Night na Zona Sul


Viver a night não é simplesmente sair para dançar de noite. É compartilhar minimamente todo um espírito de equipe (se é que se pode dizer assim...), é identificar um certo clima libertino no ar... É dizer: muito prazer, night! Eu te respeito, eu te admito. Venha a mim...

Nunca fui chegada a uma night. Minhas irmãs freqüentaram bastante, mas até pouco tempo atrás eu não tinha o mínimo interesse por elas (as nights, claro). Passei boa parte da minha adolescência dedicada aos longos namoros que tive, aos longos pensamentos que tenho, às idéias, aos amigos, à praia... ah...muita coisa... Mas night não fazia parte de meu repertório. Sempre adorei dançar. Adoro. Saía não com o intuito de “pegar” ninguém, mas simplesmente (como uma amiga diz) para “evoluir na pista de dança”. Meu caso com a night surgiu quando decidi ficar solteira. Foi uma decisão mesmo. Adotada, na época, com certa intuição a respeito dos riscos.


Sobre o fim e este começo


Amanheci feliz. Sinto que o pior está ficando para trás. Eu sou muito pelas pessoas que gosto. Me dôo demais. Mas chega uma hora em que a gente tem que desistir. Não vou fazer mistério: uma das coisas que podem levar o ser humano a criar um blog, além do óbvio amor por escrever, é terminar um namoro. O meu se acabou. Mas tenho vivido coisas bastante interessantes. Por exemplo: Uma divertida e antropológica incursão pelas boates da zona sul do Rio. Vou criar um post só para falar delas...

Sexta-feira


Hoje é sexta-feira. A gripe se aproxima em um momento que devo lutar loucamente contra ela... Tenho me interessado por homens que, guardadas as diferenças, têm um traço em comum. Atitudes inusitadas, comportamento idem... Não vou entrar em detalhes, mais vale a imaginação. Claro, eu também vivo um pouco disso tudo... Claro. Mas, sinceramente, acho que já basta. Caio nessas histórias. Mas agora me levanto.

O primeiro post a gente nunca esquece


Pra que criar um blog? Para mostrar nossas vidas, exibi-las como paisagens convidativas, repugnantes, divertidas, tediosas, originais, nem tanto? Pra que criar um blog? Para dar a “cara a tapa”? Para conversar com nossos outros “eus”, aqueles que nos lêem, do alto da madrugada, ou no meio de uma tarde sonolenta?



Bom... Não sei por que, pra que, só sei que criei um! Muito prazer, meu nome é Julia, tenho 30 anos...



Para começar, aviso que estou dispensando boa parte da minha auto-crítica, presença indesejada aqui nesse espaço. Se eu convidá-la para sentar à mesa, não sairia nem uma linha.



Vou dispensá-la em parte, mas tentarei não cair no óbvio... O mundo está cada vez mais cheio de banalidades, repetições, lugares-comuns.... Ah... que preguiça!



Convido você a dividir comigo os meus pensamentos. Pode discordar deles, falar mal, falar bem... Pode ser que eu mesma, renovada pelo tempo, passe a achá-los muito chatos, sem sentido, nada a ver... Mas e daí? O importante nessa vida é a gente se expressar.



Tem muita gente adoecendo pela falta daquela livre e sadia dose de expressão. Apenas isso já renderia um post... Então, vou ficando por aqui na apresentação...



Fique à vontade!