domingo, 26 de dezembro de 2010

Se chorei ou se sorri o importante é que emoções...


Assistir ao Rei Roberto Carlos cantando, sentadinho na sua cadeirinha no palco fincado nas areias de Copacabana, iluminou minha alma com aquela sensação gostosa de que o que vale mesmo nesta vida fica marcado na gente. Nem adianta... O que vale mesmo nesta vida segue nos acompanhando, não importa o perrengue, a rotina, a violência urbana, os maltratos ao coração...


Final de ano... época boa para fazermos uma retrospectiva das nossas vidas, separando o que foi bom do que não foi tão bom assim. O meu ano passou com muita correria, muito trabalho, muitas horas de sono e cansaço acumulado. Tentei seguir para um lado, a vida me empurrou para outro, e quando procurava trilhar certo caminho, esbarrei numa onda que me fez ficar por mais tempo deitada na areia, mirando o horizonte.


Final de ano, época para a gente reafirmar nossos desejos. O meu desejo para 2011 é bastante singelo: eu quero paz de espírito. Quero estar a cada dia mais próxima do meu próprio ser, ouvindo os meus murmúrios como barulhinho de riacho, sentindo a minha alma tão viva como água gelada de cachoeira.


O desejo é singelo porque só depende de mim. Do meu esforço pessoal para me dar as mãos e não me deixar esmorecer, jamais. Mas não disse que será fácil. A tal da onda vem e teima em nos tirar de nosso próprio eixo e controle. Portanto, o desejo por paz de espírito é extremamente desafiante.


O meu desejo é fazer escolhas que me deixem plena, sem angústia no peito e a sensação de estar trancada em casa estranha com os meus mais queridos pertences jogados na rua, lá do lado de fora. Desejo não perder tempo com tolices, bobagens. Com gente superficial que não curte se doar.


Que 2011 traga muitas experiências divertidas - algumas eu vou narrar neste blog. E que você, meu querido leitor ou leitora, também se encontre consigo mesmo e aperte muito suas próprias mãos. Caminhe bem pertinho de si, sorrindo para as dificuldades, porque elas passam, claro que passam!!

E o que fica, sempre, é o Rei. O Rei é o que há de melhor em nós mesmos. Não me refiro ao Roberto, de quem nem sou tão fã assim. Refiro-me ao nosso próprio Rei, ops!, eu interior. Àquela criança lambuzada de picolé, embriagada de água salgada do mar, que está sempre seguindo suas próprias vontades, gargalhando sincera para o que ama, e saindo correndo daquilo que não aprecia. Que esta criança, na sua porção saudável e majestosa, possa nos guiar em nossas escolhas, em 2011.


(...)

Agora voltando ao Roberto ... qual o segredo que reafirma, entra ano e sai ano, a sua realeza? Ele fala de amor, do modo mais simples, com toda aquela aura de dignidade, sabedoria e franqueza. O Rei tem um tom brejeiro, a voz mansa e pausada. Já sofreu por amor e não tem vergonha de cantar essa experiência, que é dele e de todos aqueles que lotaram as areias de Copacabana. Isso porque, claro, o lema do Rei é "se chorei ou se sorri o importante é que emoções eu vivi".

O Rei Roberto, e os Reis interiores que habitam nossos seres.... eles se importam. Alguém duvida? Eles se afetam, se comovem, se alegram, enfim, eles desejam. Em nada lembram certa atmosfera blasé que impregna por vezes esta nossa rotina.

Que 2011 traga para todos muitas, e boas, e fortes, serenas e profundas, emoções. Isso porque "o que fica", como disse outro dia, em uma mesa de bar, o meu amigo Felipe... é o amor.